Envelhecimento na Sociedade Portuguesa
Ao longo dos anos o envelhecimento tem sido objecto de estudo e interesse para várias organizações nacionais e internacionais, nomeadamente o ministério da segurança social, as autarquias locais, as instituições de solidariedade social etc.
Segundo os censos de 2011, Portugal apresenta uma população 19,15% de pessoas com 65 ou mais anos e uma população de jovens (de 14 ou menos anos) de 14,89%, sendo a esperança média de vida de 79,2 anos.
Prevê-se para 2050, uma acentuação da população com 65 ou mais anos para 35,72% contra 14,4% de população jovem, ou seja prevê-se também uma longevidade até aos 81anos, sendo maioritariamente mulheres.
Nem sempre o aumento da longevidade vem associado a uma vida funcional, independente e sem problemas de saúde, o número de indivíduos com falta de autonomia, invalidez e dependência não param de aumentar, devido a doenças crónicas e incapacitantes. (Oliveira, Queirós & Guerra, 2007)
A situação de dependência apresenta-se por uma ajuda indispensável para realizar tarefas elementares da vida. A incapacidade não é apenas a única a criar dependência mas sim o conjunto da incapacidade com a necessidade. Visto por outro prisma a dependência não é um estado duradouro. Poderemos afirmar que se trata de um estado dinâmico, podendo evoluir e modificar-se, podendo até mesmo reduzir-se ou prevenir-se de acordo com os cuidados e ambiente adequados. (Caldas, 2003)
Segundo Barreto (2002) “Portugal, nos finais dos anos 50, possuía a população mais jovem em termos europeus, o que actualmente, não acontece, pois apesar de não ser a mais envelhecida, é uma das que está a envelhecer mais depressa.”
Conforme indicam os censos de 2011, Portugal apresenta uma população 19,15% de pessoas com 65 ou mais anos e uma população de jovens (de 14 ou menos anos) de 14,89%, sendo a esperança média de vida de 79,2 anos.
Prevê-se para 2050, uma acentuação da população com 65 ou mais anos para 35,72% contra 14,4% de população jovem, ou seja prevê-se também uma longevidade até aos 81anos, sendo maioritariamente mulheres.
Estatísticas do INE demonstram que “O envelhecimento demográfico não evolui de forma uniforme em todas as regiões do Mundo. Considerando a população por regiões segundo o seu grau de desenvolvimento, confirma-se que as mais desenvolvidas iniciaram primeiro o fenómeno da transição demográfica, com a população jovem a evoluir segundo taxas negativas desde 1970, enquanto o conjunto dos países menos desenvolvidos apresenta taxas de crescimento positivas, embora relativamente baixas, aproximando-se do valor nulo a partir de 2030.”
Todas estas alterações merecem a nossa atenção nomeadamente em todas as políticas, comportamentos e estilos de vida, que deveremos ter em conta nos anos vindouros. Será de extrema importância a revisão da sustentabilidade da protecção social, para que não venham a agravar-se também as desigualdades.
No fundo pretende-se com o envelhecimento activo um prolongamento da vida activa de forma a prolongar carreiras, visto que usufruem de melhor qualidade de vida, acabando assim por retardar a tão indesejada “inactividade” que está associada á passagem de reforma.
Como é do conhecimento geral, a nossa sociedade está a sofrer a um ritmo galopante de um envelhecimento humano. Poderíamos dizer que se baseia num aumento da esperança média de vida e numa queda abrupta da fertilidade, criando assim uma oportunidade às diferentes gerações de promover a solidariedade, o voluntariado, o cooperativismo, potencializando relações intergeracionais.
Ana Bonacho Marques
Bibliografia:
ALVES, Simone Silva. A Vida dos Idosos nas Instituições de Longa Permanência Segundo o Poder Público Municipal de Alvorada – RS: Um estudo de caso. Porto Alegre, 2011. 114f. Dissertação (Dissertação em Educação) – Programa de Pós-Graduação em Educação, Faculdade de Educação, Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, 2011.
Barreto, João. A Realidade Social dos Idosos em Portugal: O Desafio do Ano 2000, consultado em Janeiro de 2014 através da fonte: https://repositorio.esepf.pt/bitstream/handle/10000/206/SeE_3RealidadeSocial.pdf?sequence=2
CALDAS, C. P. (2003). Envelhecimento com dependência: responsabilidades e demandas da família. Caderno de Saúde Pública, 19 (3), 773-781.
INE - O Envelhecimento em Portugal: Situação demográfica e socio-económica recente das pessoas idosas; Estudo elaborado pelo Serviço de Estudos sobre a População do Departamento de Estatísticas Censitárias e da População no âmbito da II - Assembleia Mundial sobre o Envelhecimento, Madrid 2002, e divulgado em 8 de Abril de 2002 em www.ine.pt
OLIVEIRA, A., QUEIRÓS, C., & GUERRA, P. (2007). O conceito de cuidador analisado numa perspectiva autopoiética: Do caos à autopoiése. Psicologia, Saúde & Doenças, 8 (2), 181-196.