Idosos Dependentes

 

Segundo os censos de 2011, Portugal apresenta uma população 19,15% de pessoas com 65 ou mais anos e uma população de jovens (de 14 ou menos anos) de 14,89%, sendo a esperança média de vida de 79,2 anos.

Prevê-se para 2050, uma acentuação da população com 65 ou mais anos para 35,72% contra 14,4% de população jovem, ou seja prevê-se também uma longevidade até aos 81anos, sendo maioritariamente mulheres.

Nem sempre o aumento da longevidade vem associado a uma vida funcional, independente e sem problemas de saúde, o número de indivíduos com falta de autonomia, invalidez e dependência não param de aumentar, devido a doenças crónicas e incapacitantes. (Oliveira, Queirós & Guerra, 2007)

A situação de dependência apresenta-se por uma ajuda indispensável para realizar tarefas elementares da vida. A incapacidade não é apenas a única a criar dependência mas sim o conjunto da incapacidade com a necessidade. Visto por outro prisma a dependência não é um estado duradouro. Poderemos afirmar que se trata de um estado dinâmico, podendo evoluir e modificar-se, podendo até mesmo reduzir-se ou prevenir-se de acordo com os cuidados e ambiente adequados. (Caldas, 2003).

No final do século XIX e início do século XX, a problemática da velhice, em Portugal, mantinha-se encoberta, uma vez que esta era considerada um assunto familiar (Fernandes, 1997). Segundo Bertrand (in Carreira, 1996), durante séculos terá sido da incumbência da rede familiar fornecer um papel de protecção social aos seus elementos, papel este que foi diminuindo ao mesmo tempo que diminuía a sua dimensão. Assim sendo, o surgimento das políticas sociais dirigidas para a terceira idade, reflecte, por um lado, uma consciência de intervenção social de apoio a esta faixa etária e, por outro lado, o facto da terceira idade ser entendida socialmente como um problema (Fernandes, 1997).

Segundo a Segurança Social as respostas sociais e programas disponíveis para este grupo de pessoas têm por objectivo a promoção de condições de autonomia e bem-estar, favorecendo a sua permanência no domicílio e no seu meio familiar e social e privilegiando a sua inserção social e comunitária, consequentemente, para tal são dirigidas a este grupo diversas respostas sociais; Apoio Domiciliário, Centro de Convívio, Centro de Dia, Centro de Noite, Colónia de Férias, Lar, Refeitório e Residência Acolhimento familiar, Apoio Domiciliário e Lar.

Não há dúvidas de que as respostas sociais organizadas, já são bastantes e diversificadas contudo, verifica-se nos últimos anos um ritmo de crescimento da população idosa acelerado que as instituições não têm conseguido acompanhar e satisfazer a procura.

A dependência apela a políticas transversais, nomeadamente a uma política de apoio às pessoas idosas, de apoio à família, à habitação e à saúde, “… tendo em vista a readaptação da pessoa dependente e o seu mundo envolvente, a reabilitação e o combate à desinserção social e à segregação.” (Ministério da Saúde, Ministério do Trabalho e da Solidariedade, 2002).

A dimensão dos problemas associados á dependência bem como a grande diversidade e a ocorrência de novas situações envolvem vários críticos, desde cuidadores formais, famílias cuidadoras, instituições/organizações de prestação de cuidados e não menos importante o Estado enquanto principal instância pública e produtor de políticas responsáveis pela protecção social.

Ana Bonacho Marques

 

 

Bibliografia

CALDAS, C. P. (2003). Envelhecimento com dependência: responsabilidades e demandas da família. Caderno de Saúde Pública, 19 (3), 773-781.

FERNANDES, Ana Alexandre (1997), Velhice e Sociedade, Oeiras, Celta Editora.

OLIVEIRA, A., QUEIRÓS, C., & GUERRA, P. (2007). O conceito de cuidador analisado numa perspectiva autopoiética: Do caos à autopoiése. Psicologia, Saúde & Doenças, 8 (2), 181-196.

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